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Investigadores pedem prorrogação da prisão de presidente sul-coreano afastado

Investigadores da Coreia do Sul pediram, nesta sexta-feira, 17, a prorrogação da prisão do presidente Yoon Suk Yeol, afastado por impeachment, alvo de inquérito por uma suposta tentativa de golpe de Estado ao impor lei marcial no país, em dezembro passado. Desde que foi detido nesta semana, ele se recusou a depor durante interrogatórios da agência anticorrupção sul-coreana.

Na quarta-feira 15, Yoon se tornou o primeiro presidente sul-coreano em exercício a ser preso. Mantido no Centro de Detenção de Seul, ele deve ser libertado no sábado, de acordo com as regras do mandado de prisão.

Para manter Yoon sob custódia por mais tempo, os investigadores do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível (CIO) precisam que um tribunal aprove um novo mandado, que estenderá sua estadia no Centro de Detenção de Seul por até 20 dias.

Um funcionário do CIO disse em um briefing nesta sexta-feira que os investigadores fizeram o pedido devido à “gravidade do crime”. O Tribunal Distrital Ocidental de Seul analisará o pedido na tarde de sábado, informou a Agência de Notícias Yonhap.

Yoon foi preso após um impasse de semanas, quando mais de 3 mil policiais invadiram sua residência no bairro conhecido como “Beverly Hills de Seul”. Uma tentativa anterior de prendê-lo, em 3 de janeiro, fracassou após agentes serem barrados pela guarda presidencial. Nesta sexta-feira, Kim Sung-hoon, chefe interino do Serviço de Segurança Presidencial, foi preso em conexão ao episódio.

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Sem cooperação

Em uma declaração divulgada por seu advogado, Yoon disse que a cela onde está detido é “um pouco desconfortável”, mas afirmou estar bem. Ele também agradeceu seus apoiadores, centenas dos quais se reuniram do lado de fora da prisão no frio do inverno (previsão para esta sexta: -2 ºC), dizendo: “Sou grato pelo patriotismo ardente do povo.”

Yoon se recusou a cooperar com o interrogatório do CIO, exercendo seu direito de ficar em silêncio. “Ele declarou completamente sua posição básica no primeiro dia (da prisão), e acreditamos que não há razão ou necessidade de responder ao estilo de perguntas e respostas”, disse o advogado de Yoon, Seok Dong-hyeon, em um comunicado.

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A equipe de defesa do presidente deposto negou que ele tenha planejado uma insurreição, um crime punível com prisão perpétua ou até pena de morte na Coreia do Sul, que não dá direito a imunidade presidencial. Na quinta-feira 16, o Tribunal Distrital Central de Seul rejeitou uma contestação dos advogados de Yoon sobre a legalidade de sua prisão.

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Frutos da crise

Embora a imposição da lei marcial em 3 de dezembro, que surpreendeu a nação e foi rapidamente rejeitada pelo parlamento, tenha atraído críticas e levado ao impeachment de Yoon em seguida (que o Tribunal Constitucional avalia), o Partido do Poder Popular (PPP), ao qual ele é afiliado, capitalizou a polarização política para melhorar seus índices de aprovação desde sua prisão.

Pesquisas de opinião recentes mostraram que a maioria dos sul-coreanos apoia seu impeachment, mas seus revezes jurídicos parecem ter mobilizado alguns de seus apoiadores.

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Levantamento da Gallup Korea revelou nesta sexta-feira que o índice de aprovação do PPP subiu para 39%, cinco pontos percentuais acima da semana passada. Com isso, a legenda ultrapassou o apoio à principal força de oposição, o Partido Democrata (36%), pela primeira vez desde agosto.

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Segundo a Gallup Korea, as constantes mensagens de Yoon e seu partido para seus apoiadores parecem ter encontrado campo fértil nas divisões políticas, que se acirraram em torno de sua prisão.

Relembre o caso

Esta saga começou em dezembro, quando Yoon declarou lei marcial por seis caóticas horas. Enredado em uma disputa com a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, sobre escândalos e o orçamento, o presidente impôs o estado de emergência alegando “ameaças comunistas” e interferência da Coreia do Norte.

Após protestos e uma votação do parlamento contra a medida, Yoon anulou o decreto. Desde então, perdeu seus poderes presidenciais, um impeachment que o Tribunal Constitucional tem 180 para validar ou não.

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