O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antes de deixar o cargo na próxima semana, anunciou nesta sexta-feira, 17, mais uma série de indultos, ao comutar as sentenças 2.500 pessoas condenadas por crimes não violentos relacionados a drogas. Com a nova rodada, segundo o chefe da Casa Branca, ele se tornou o líder americano a emitir mais perdões na história do país.
Aqueles que se beneficiam da ação desta sexta-feira “estão cumprindo sentenças desproporcionalmente longas em comparação com as sentenças que receberiam hoje sob a lei, política e prática atuais”, disse Biden em comunicado.
A medida se aplica a indivíduos que foram condenados com base em distinções, agora desacreditadas, entre o crack e a cocaína em pó, bem como aumentos desatualizados nas sentenças para crimes de drogas, de acordo com a declaração emitida pela Casa Branca.
Antes de Trump chegar
Em dezembro, Biden comutou as sentenças de 37 dos 40 presos federais no corredor da morte, convertendo-as em prisão perpétua sem liberdade condicional, antes do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, retornar ao Salão Oval na próxima segunda-feira.
Ele também anunciou, no mesmo mês, que perdoaria 39 pessoas condenadas por crimes não violentos e comutaria as sentenças de quase 1.500 outras que estavam cumprindo longas penas de prisão.
O presidente enfrentou críticas por perdoar seu próprio filho, Hunter Biden, que se declarou culpado de sonegação de impostos e foi condenado por acusações relacionadas a porte de arma de fogo. A medida foi vista como uma proteção, para evitar que o governo Trump fosse atrás de Hunter como retaliação ao líder democrata de saída.
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Se aproveitando da onda de indultos, advogados de defesa e grupos de direitos civis aumentaram os esforços para destacar casos convincentes e lançaram campanhas para ajudar os presos que eles acreditam terem sido condenados injustamente, ou sujeitados a penas muito longas por crimes não violentos.
É comum que presidentes ordenam uma rodada de perdões no final de seu mandato. A novidade agora é que Trump prometeu conceder clemência, no dia 1 do mandato, a alguns de seus apoiadores que invadiram e vandalizaram o Capitólio americano no fatídico 6 de janeiro de 2021. A brutal tentativa fracassada de impedir o Congresso de certificar os resultados da eleição de 2020 (e a vitória de Biden) foi descrita pelo republicano como “um dia de amor”.