Jair Bolsonaro classificou como uma “grave decepção” a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desta quinta-feira, 16, de não permitir a sua ida à posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima segunda-feira, 20. Por meio de um longo texto nas redes sociais, Bolsonaro disse que é vítima de perseguição política instrumentalizada por meio de processos judiciais (o chamado “lawfare”) e que a sua aliança com Trump “simboliza os profundos laços entre duas das maiores democracias das Américas”.
“A decisão de hoje de Alexandre de Moraes de negar o pedido do Presidente Jair Bolsonaro para comparecer à histórica posse do Presidente Donald Trump é uma grave decepção — não apenas para o Presidente Bolsonaro, mas para os milhões de brasileiros que ele representa e para a duradoura amizade entre o Brasil e os Estados Unidos”, publicou o ex-presidente no X (antigo Twitter).
– Declaração do Gabinete do Presidente Jair Bolsonaro
– A decisão de hoje de Alexandre de Moraes de negar o pedido do Presidente Jair Bolsonaro para comparecer à histórica posse do Presidente @realDonaldTrump é uma grave decepção — não apenas para o Presidente Bolsonaro, mas…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 16, 2025
Em outro trecho, ele também disse que “o convite do Presidente Trump a Bolsonaro simboliza os profundos laços entre duas das maiores democracias das Américas. A decisão de impedir Bolsonaro de participar deste evento tão importante diminui a posição do Brasil no cenário global e envia uma mensagem preocupante sobre o estado da democracia e da justiça em nosso país”.
Nesta quinta, Alexandre de Moraes recusou o pedido de Bolsonaro para passar cinco dias nos EUA para acompanhar a cerimônia de posse de Trump. O principal argumento do magistrado foi de que há risco de que o ex-presidente tente usar a oportunidade para fugir do país — por conta de entrevistas em que Bolsonaro encoragou esse tipo de comportamento. Ele chegou a revelar à imprensa que cogitava pedir asilo político aos EUA.
O ministro seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que já havia opinado contra o pedido do ex-presidente. De acordo com Paulo Gonet, como Bolsonaro não faz mais a representação oficial do Brasil, não haveria “interesse público” na sua viagem aos EUA. O ex-presidente está com o passaporte apreendido por conta das investigações a que responde na Polícia Federal. O maior desses casos — em que se apura a tentativa deum golpe de estado — aguarda uma eventual denúncia pela PGR.