Manmohan Singh, ex-primeiro-ministro da Índia, morreu nesta quinta-feira, 26, aos 92 anos, em Nova Délhi. Ele chegou a ser internado no Instituto de Ciências Médicas após sofrer uma súbita perda de consciência em casa, mas não resistiu. Embora as causas de sua morte ainda não tenham sido oficialmente divulgadas, fontes locais indicam que ele estava em estado crítico quando chegou ao hospital.
Nascido na vila de Gah, no que hoje é o Paquistão, em 1932, Singh estudou economia para encontrar uma maneira de erradicar a pobreza no vasto país. Ele ganhou bolsas de estudo para estudar em Cambridge, onde obteve o primeiro lugar em Economia, e em Oxford, onde concluiu seu doutorado.
Apesar de ter ocupado vários cargos civis de altão escalão, como chefe do banco central e representante nas Nações Unidas, Singh não havia ocupado um cargo eletivo antes de assumir como primeiro-ministro.
Singh governou a Índia de 2004 a 2014, sendo uma das figuras mais longevas e influentes da política indiana. Reconhecido como o arquiteto das reformas econômicas dos anos 1990, ele foi fundamental para abrir a economia do país ao mercado global. Em seu primeiro mandato, o político conduziu a economia por um período de crescimento de 9%.
Durante seu primeiro mandato como primeiro-ministro, ele também liderou a negociação de um acordo nuclear civil com os Estados Unidos, um marco nas relações bilaterais.
Embora tenha deixado um legado indiscutível na área econômica, o segundo mandato de Singh foi marcado por escândalos de corrupção envolvendo membros de seu governo, principalmente os relacionados à organização dos Jogos da Commonwealth de 2010. Essas controvérsias contribuíram para a derrota esmagadora de seu partido, o Congresso Nacional Indiano, nas eleições gerais de 2014, quando o partido liderado por Narendra Modi, saiu vitorioso.
O atual primeiro-ministro, Narendra Modi, lamentou a morte de Singh e expressou seu respeito por sua contribuição à política e economia indianas. “Manmohan Singh foi um dos líderes mais ilustres da Índia. Ele emergiu de origens humildes e deixou uma marca profunda na política econômica do país. Sua sabedoria e humildade sempre foram evidentes”, escreveu Modi em uma postagem.
Em publicação nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte e mandou um “abraço solidário” ao povo indiano.
“Singh participou da criação do IBAS, reunindo Brasil, África do Sul e Índia, e da fundação do BRICS. Em 2012, quando já não era presidente, nos reunimos em Nova Délhi e conversamos muito sobre desenvolvimento, combate à pobreza e à fome e cooperação do Sul Global”, escreveu Lula. “Meu abraço solidário ao povo da Índia, familiares, amigos e companheiros de Manmohan Singh”.